Frase

“Porque o evangelho não é uma doutrina de língua, mas de vida”.
[João Calvino, As Institutas – edição Especial, Vol IV, pg 181, Ed Cep,]

sábado, 17 de julho de 2010

Introdução as Escrituras


Historicamente, a Bíblia tem sido considerada um texto inspirado, o que quer dizer, em outras palavras, que ela é lida como a autêntica palavra de Deus. Tradicionalmente também tem sido considerada infalível. Isso é o mesmo que dizer que nas Escrituras não há erros. Em épocas mais recentes, teólogos da linha conservadora têm considerado a crença na Bíblia como “ a única regra de fé e prática”. Com isso querem dizer claramente que a palavra de Deus é uma perfeita de fé e de conduta. Entretanto, com o surgimento do liberalismo, essa doutrina tem comumente sido reinterpretada para transmitir o significado de que a Bíblia é infalível foi”diluído”, permitindo a identificação de equívocos no texto bíblico com relação a fatos científicos e históricos. Essa postura é amplamente defendida entre os liberais da atualidade. Para combater essa postura “secularizada” com relação ás Escrituras, teólogos conservadores consideram necessário adotar o uso do adjetivo inerrante, para afirmar que a Bíblia não possui erros.

Dizer que a palavra de Deus é infalível deveria ser suficiente. Entretanto, diante da situação mencionada acima, percebemos ser necessário dizer também que ela é perfeita verdade em tudo o que afirma,. Assim, a Bíblia é verbalmente inspirada, infalível, no sentido de que seus manuscritos originais não contêm erros. A declaração de fé da Evangelical Theological Society expressa esse pensamento de maneira sucinta, porém precisa: “Apenas a Bíblia em sua totalidade, é a palavra de Deus em forma escrita e, portanto, sem erros em seus autógrafos[textos originais]”.

Muitos consideram essa visão das Escrituras muito restritiva. Dizem que estamos vivendo no século XXI,e que não deveríamos acreditar mais tais doutrinas. Afirmam que os fatos contrariam essa visão e que os conceitos científicos presentes na Bíblia já caíram em desuso. Não podemos mais acreditar na existência de uma terra plana, com o céu “lá no alto”, segundo dizem eles. Afirmar que a crença na existência real de Adão ou em histórias como a de Jonas deve ser negada. Na verdade, declaram que as Escrituras possuem contradições. Essas pessoas defendem que há um elemento humano na Bíblia que não pode ser isento de erro. E chegam á conclusão de que, se insistirmos de que não há erros da palavra de Deus. Jamais iremos convencer os indivíduos da era moderna.

Apresentaremos algumas respostas breve contra essas críticas e as trataremos com mais detalhes. Primeiramente, temos que dizer que é necessário sermos cautelosos ao refutarmos qualquer doutrina antiga – principalmente uma que esteja fundamentada no ensino de Cristo e de seus apóstolos – pela simples finalidade de supostamente convencermos nosso contemporâneos. Os profetas da Antigüidade receberam a instrução de pregar a palavra de Deus, que as pessoas lhes dessem ouvidos ou não(cf. Is 6.9, 10; Jr 20.9 e Ez 2.5-7).

Em segundo lugar, é bastante duvidoso que a Bíblia retrate uma terra plana, com o céu. “lá alto”. Alguns afirmam que perceberemos essa descrição apenas se interpretarmos as Escrituras literalmente. Entretanto, ninguém, nem mesmo o teólogo conservador mais zeloso que existe, lê a Bíblia tomando-a em sentido literal. O texto sagrado está repleto de metáforas, parábolas e poesia, que devem ser interpretadas da mesma maneira que as presentes em qualquer outra obra literária. Ninguém levaria ao pé da letra expressões comuns como “morrer de dar risada” ou “ele tem um coração de ouro”, ou ainda “faz uma eternidade desde que a vi pela última vez”. Portanto, a objeção levantada pelos liberais baseia-se numa interpretação literal e errônea de várias passagens poéticas, para daí afirmar que a Bíblia contradiz o senso comum. Todavia, chegaríamos á mesma conclusão se aplicássemos essa sistemática a poesia que descrevem a lua, as árvores, as montanhas ou qualquer outro cenário maravilhoso e belo.

Muitos se esquecem de que os astrônomos da época neo-testamentária já afirmavam que a Terra era redonda. Até mesmo antes, no ano 250 a.C, Eratóstenes mediu a circunferência de nosso planeta com bastante precisão. É curioso o fato de que teólogos mais recentes, que se opõem à idéia de que o céu esteja “lá no alto”, falem sobre a “intervenção” do reino do céu na história. É tão esquisito retratar o céu dessa maneira, como algo à parte da história, quanto é imaginá-lo. Entretanto, como afirmou C.S.Lewis com muita pertinência em seu livro Miracles, “toda descrição a respeito de coisas que não podemos perceber por meio dos sentidos deve ser considerada metafórica. Não há outra maneira para descrever o que não conseguimos vislumbrar”.

Portanto, a linguagem bíblica não implica o fato de que o céu, em termos espirituais, esteja (embora no hebraico, como em nosso idioma, usa-se a mesma palavra para significar o céu no qual estão as estrelas, as nuvens, e o espaço onde os pássaros voam, o qual d fato encontra-se. De maneira semelhante, não se pode dizer que “os confins da terra” sejam o extremo do planeta além do qual caímos no espaço. O vocábulo hebraico traduzido por “terra”.

Em terceiro lugar, se as pessoas não consegue crer em uma criação no sentido literal, devem ser suficientemente capazes de provar que o acaso é o responsável pela incrível riqueza e complexidade de vida, ou pela criação desse ser tão singular e dotado de inteligência, propósito e consciência moral a que chamamos de ser humano.

Por último, fazer objeção quanto à inerrância das Escrituras com base em supostas contradições é um ato de negligência para com os vastos estudos sobre esses assuntos, realizados desde os dias de Justino, que foi martirizado por sua fé, no ano 148 de nossa era. Ele escreveu em sua obra Diálogo com o judeus trifo:”Estou plenamente convicto de que nenhum trecho das Escrituras contradiz outro”.

É óbvio que a Bíblia contém algumas aparentes complicações e certo conceito difíceis de compreender. Com toda certeza, podemos esperar algo assim de um documento proveniente de outra cultura que remonta aos tempos antigos. Se o choque cultural é algo previsível quando viajamos para outros países, maior ainda é a possibilidade de encontrarmos aspectos surpreendentes na Bíblia. Entretanto, muitas dessas dificuldades já foram solucionadas por intermédio de descobertas a respeito de costumes e idiomas antigos. Assim, um cristão bem informado pode atribuir as dificuldades que ainda restam ao mero desconhecimento sobre detalhes do cotidiano e da história da Antigüidade. Problemas de ordem factual continuam a ser elucidados, para satisfação de muitos dos estudiosos atuais.

Os Cristãos da linha conservadora não aceitam a idéia de que as Escrituras contenham verdadeiras contradições. Assim como os pais da igreja primitiva, eles acreditam que essas supostas contradições devem-se à falta de conhecimento ou a erros de cópias de menor importância. Sabendo que sendo a Bíblia a palavra de Deus, ela é protegida, portanto sem erros. BIBLIA NÃO CONTÉM A PALAVRA DE DEUS, ELA É A PALAVRA DE DEUS!

Fonte: Introdução à Bíblia
Autor: R. Laird Harris

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A vocação de todo crente


“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. (Rm 8 – 28)

Todo Cristão conhece, ou melhor, deveria compreender o significado da palavra “serviço”, todavia, seria quase impossível de ter um completo conhecimento da mesma se não tivermos uma clara consciência do que significa uma outra, a “vocação”.



Quando nos referimos a vocação, é importante entender que:

1° - Deus vocaciona no primeiro momento, o pecador para sua Igreja por meio de Cristo, portanto, vocação esta diretamente ligado a “Eleição” (pois o homem agora, vocacionado, é incapaz de resistir a tal convite ou chamado de Deus);

Somos chamados primeiramente então, para sermos santos, para comunhão, para salvação, para vivermos na luz e para vida eterna em Cristo.

“Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação, e cumpra com poder todo desejo de bondade e toda obra de fé, para que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”. (2 Ts 1:11:12)

2° Toda pessoa que participa do Corpo de Cristo (Igreja), agora, é vocacionado também para servir.

É atravez do serviço que o Cristão desempenha seu papel como indivíduo único ao qual Deus prontamente o chamou, sustentou, e o preservou, para seus santos propósitos (Rm 8:30) onde Cristo é o objetivo direto e a Igreja uma comunidade cooperativa instituída primeiramente como um povo (Israel) e subsequentemente e mais especificamente em forma de comunidade (Igreja).

Temos então, que apartir desse ponto toda atividade digna exercida na perspectiva do propósito de Deus (1 Pe 1:15), é entendida como vocação. Desta forma, ou há uma totalidade do significado do servir na vida do Cristão ou tudo passará a ser uma perda desse mesmo significado no próprio sentido de viver.

Apesar de algumas funções terem um papel importante na jornada Cristã, todavia, toda a atividade é de igual importância para Deus, o que difere é em sua significação.

Todos os crentes são chamados pelo arrependimento e fé em Cristo para o seio da Igreja e são desta forma, vocacionados por Deus a servir, alguns, para funções específicas dentro da própria Igreja, outros para os mais diversos serviços, mas o objetivo é o mesmo: termos uma vida santa e agradável a Deus, segundo a sua vontade em todas as nossas relações, visando sempre a glória e o louvor do nosso Salvador Jesus Cristo.

REFERÊNCIAS
Bìblia Sagrada, Revista e Atualizada
Apostila da Aula de Vocação e Espiritualidade. IBRO - Curso Médio em Teologia (Curso On-Line)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Perdão...

E se o pecador se arrepender? Como posso aprender a perdoar? Jesus contou uma parábola sobre um servo que devia uma quantia enorme (10.000 talentos) ao seu rei(Mateus 18:23-35).
Ele era incapaz de pagar a dívida e implorou ao rei por compaixão. O rei perdoou-o por sua enorme dívida, mas este servo prontamente saiu e encontrou um dos seus companheiros servos que devia a ele uma quantia relativamente pequena e exigiu pagamento, agarrando-o pelo pescoço. Ainda que o companheiro de servidão implorasse por compaixão, o credor entregou-o à prisão. Quando o rei foi informado dos atos de seu servo incompassivo, irou-se e reprovou este servo, entregando-o aos torturadores até que ele pagasse totalmente sua dívida.

De que maneira aplicar esse Texto na minha vida? Por que o Perdão?

Como ter um bom relacionamento numa sociedade em que, o amor, paz, família vem perdendo seus valores. Quantas vezes desobedeço, precisamos lembrar que nós somos pecadores e necessitamos do perdão, foi como Ele disse “...sem mim nada podeis fazer...” com isso temos que cumprir o que já está determinado por Deus. Não questionar e sim, obedecer!

“Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.”

Se por sete vezes no dia pecar contra ti, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. Então disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé”. (Lucas 17:3-5)

Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus. Nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados (Hebreus 12.14-15). De que maneira guardará o homem puro o seu caminho observado o que Deus deixou para se humilhar na presença do senhor que ele vos exaltará não deixamos de fazer o que eu posso hoje “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou”. (Efésios 4:32)
Não há limites de vezes para o perdão, quantas vezes comentemos algum erro com o nosso semelhante e não medimos as nossas conseqüências ao feri-lo com palavras ou ações indesejadas nas atitudes precipitada do dia a dia. Pois como é que devo me comportar diante de uma situação de arrependimento? Jesus disse:

“Então Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mateus 18:21,22)

Nessa passagem Jesus não estava preocupado com números, mas com a nossa forma de agir no perdão, que nos causa dor, raiva, tristeza ou ate mesmo o ódio. De que maneira estamos nos comportando com o nosso criador, se não, fazemos aquilo que ele determinou na sua “escritura”.
“A quem perdoais alguma cousa, também eu perdôo; porque de fato o que tenho perdoado, se alguma cousa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”. (II Coríntios 2:10,11)

Paulo nos adverte ao cuidado para que satanás não tenha motivos para estampar na nossa cara o titulo de (O culpado)...o que eu devia fazer e não fiz, falta de caráter ou de covardia. Tomar uma posição no que se refere biblicamente a palavra “PERDÃO” quando o mestre falou. “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mt 22.29), se realmente mantemos comunhão com Ele o agir de Deus será inevitável.

Quando Deus nos perdoou, pôs um fim à situação desastrosa em que nós nos encontrávamos, pois, estávamos condenados à morte como conseqüência do nosso pecado da desobediência. Ele nos chamou para uma nova vida, onde o amor e o perdão sempre têm a sua máxima expressão. Perdoada a nossa ofensa, o relacionamento amoroso que nos une ao Pai Eterno foi restaurado. Diante desse ato de misericórdia e amor imerecido, devemos do mesmo modo, estender perdão a todo aquele que nos ofender. O perdão de Deus deve gerar em nosso coração o desejo de perdoar incondicionalmente, tal como Ele fez conosco.

O perdão de Deus é somente para aquele que se declara pecador. Ao negar o perdão eu estou me declarando justo e daí perco o perdão que vem de Deus. Por isso o Senhor disse que se não perdoamos também não somos perdoados. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14-15), assim:

- Você não deve guardar ressentimentos, mesmo que justificáveis;

- Não espere o arrependimento do outro para só então perdoá-lo;

- Não alimente a mágoa no seu coração, mas trate com ela rapidamente.

O ressentimento produz escravidão, mantém você em escravidão pelos seguintes motivos:

- é uma das causas de enfermidades;

- produz fortalezas espirituais - amargura, por exemplo, é mais que ressentimento, é um ressentimento antigo;

- O ressentimento torna-o escravo da pessoa que o ofendeu. A sua mente e ações estão sempre em função dela.

Assim, longe de nós tal ressentimento. Devemos que refletir a imagem e a glória de Deus. O Senhor Deus nos predestinou, chamou e justificou para a santificação, ou seja, para sermos transformados à imagem de Cristo Jesus (Rm 8:28-29). É viver um grato amor a Deus por tudo o que graciosamente Ele realiza em nosso favor! Também é nossa responsabilidade instruir outros dos nossos irmãos a andarem como Cristo andou. Através do discipulado, do exemplo, da comunhão, do compartilhar, da fidelidade ao Senhor em nossa vida, da prática da Palavra de Deus. Em tudo isso precisamos manifestar a glória de Deus onde formos e com quem estivermos. Deus usa pessoas, e por isso, Ele fez do seu único Filho uma pessoa como nós, para que se identificasse conosco, e se tornasse o nosso representante, sofresse em nosso lugar, o nosso Deus, único mediador, tornando-se o nosso suficiente redentor.

Fonte:
Francisco Oliveira Jr
Allen Dvorak
Erasmo Ungaretti
Pr. Luciano Subirá
Pr. Ewerton Tokashiki